Suspensão das atividades

 

Prezados alunos,

Devido aos acontecimentos mundiais, estamos seguindo as orientações médicas e paralisando nossas atividades escolares.
Trabalhos, provas, pesquisas e qualquer outra atividade terá uma nova data de entrega assim que retornarmos.

Por enquanto, sigam as orientações dos órgãos de saúde para se protegerem da contaminação pelo COVID-19.

Um grande abraço a todos!

O que foi a Guerra Fria? Para entender: Stranger Things e os muros que criamos com o mundo

 

Stranger Things é uma série baseada no universo da cultura pop (apelidada por muitos de “nerd”) dos anos 80, centrada num clima de mistério em que coisas sobrenaturais atingem uma pequena cidade norte americana e, mais exatamente, um pequeno grupo de amigos.
O clima de mistério é potencializado pelo conceito de mundos paralelos ou, na ótica da série, o mundo invertido. Acredito que a ideia de mundo invertido, como uma realidade copiada da nossa, mas com elementos característicos próprios, seja uma interessante analogia do espelhamento da realidade.
Ora, a realidade é o que nos cerca, e o que percebemos dela é o que tomamos como “verdade” e, pois, o discurso sobre uma determinada verdade é o que se apresenta na série a todo instante, desconstruída pela terrível surpresa dos habitantes do mundo invertido que invade mentes e espreitam a nossa realidade.
Historicamente, porém, podemos encontrar mundos invertidos nos discursos políticos presentes nos anos 80, cuja eco encontramos nos dias de hoje quando vemos pelo mundo essa dualidade muitas vezes infantil entre capitalismo e socialismo (ou comunismo, já que quem fala sobre esses termos tão pouco sabe destacar a diferença terminológica). Na terceira temporada, a polarização mundial entre capitalismo e socialismo e a corrida armamentista e tecnológica chamadas de Guerra Fria foram uma das inspirações para a construção da narrativa: o inimigo está sim do outro lado, não numa parede, mas do outro lado do oceano e do outro lado do discurso político. E, por estar do outro lado, o outro é algo ruim, um espião, alguém que não deseja a minha felicidade.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, as nações vitoriosas se desentenderam sobre a foram como a Europa deveria ser reconstruída. Isso porque Inglaterra, Estados Unidos e França eram de orientação capitalista, enquanto que a União Soviética era baseada no modo socialista de organização política e econômica. A partir de então os soviéticos se fecharam para o mundo, dominando países vizinhos do leste europeu e ajudando na reconstrução de parte da Alemanha (o lado socialista). Aumentou a disputa entre os lados capitalistas e socialistas em várias áreas: militar, médica, aero espacial, entre outras. A corrida pelo conhecimento e o domínio de forças com base nos conhecimento dos melhores cientistas da época era um objetivo comum entre os dois lados.

Vamos voltar a série. Os roteiristas ultrapassaram a simples temática história em que os anos 80 estavam imersos. Eles reatualizaram os nosso muros: muros políticos, psicológicos, afetivos, de gênero. É o amor não correspondido, é a opção sexual do outro, é a distância imensa entre dois namorados, é a dúvida que afasta amizades, é o luto que afasta o recomeço da vida, é a entrada na adolescência que nos afasta das brincadeiras e do carinho dos nossos pais.
A luta contra o desconhecido, o estranhamento frente aquele suposto antagonista é diluído diante da narrativa em vários momentos, cuja força humana da aproximação por meio do diálogo, da compreensão do outro nos joga de frente para uma necessidade de perceber, nos dias de hoje, que independente da orientação política, religiosa, de gênero ou qualquer outra coisa, somos seres humanos buscando felicidade e equilíbrio entre a nossa felicidade e a felicidade do outro. É aquela música que queremos cantar junto com quem gostamos, é aquela carta que escrevemos quando nos faltam palavras ou a emoção nos engana na hora de falar, é aquele abraço na hora da despedida ou aquela bebida que se toma junto na hora de tomar uma difícil atitude. No fim de tudo, estamos mais unidos do que imaginamos, pois o mesmo rádio que usamos para comunicação (traduzível, independente da nossa vontade) e a matemática com todos seus enigmas, denunciam que somos mais iguais mesmo em nossas diferenças que insistimos em criar para nós, como muros tão sólidos que parecem construídos de areia e água apenas.

O drama grego na narrativa dos Vingadores

O último filme dos vingadores levanta alguns debates pertinentes sobre o que somos ou o que fazemos na nossa contemporaneidade, mas é necessário primeiro falar dos spoilers. Acredito que existam dois motivos para esse tipo de situação irritante no mundo das narrativas: a primeira é a intencionalidade em causar dano (é feito de propósito mesmo); a segunda parece estar ligada à incompetência do sujeito em fazer construir uma abordagem neutra, ricamente filosófica e artística, sem empobrecer os meandros da narrativa como um todo e promover os terríveis spoilers. Até que ponto a interpretação textual está ocorrendo sem prejudicar o todo da obra analisada?

Dito isso, vamos para as análises. Não citarei personagens, eventos ou quaisquer elementos diretamente presentes no filme Vingadores: ultimato. Mas sua essência merece um cuidadoso olhar na área das ciências humanas, sobretudo no campo das Letras, da Antropologia e da Filosofia. O que se pretende aqui, em linhas gerais, é fomentar o debate para os estudiosos se apropriarem mais detidamente.
Qual é o destino de um herói? Por quem ele luta? O que ele defende? É um dom ou uma maldição?
Essas perguntas nos perseguem desde da Grécia Antiga, sistematizada com maestria no livro “O Mito do Herói”, de Joseph Campbell. O herói carrega o potencial sobre-humano que nos encanta para fazer a diferença, mas como uma balança da vida, noutro lado encontram-se as frustrações indesejáveis por todos nós: a mãe que nunca veremos, filhos mortos sem a menos possibilidade de defesa.
Somando a Campbell, as estruturas narrativas nos ajudam a acompanhar esse drama no curso da vida destes heróis com textos de autores como Christopher Vogler, Tzevtan Todorov e Vladmir Propp. Ainda que o passado carregue o medo e a frustração de uma grande perda para cada herói, o que este procura ao enfrentar o perigo quando todos dele se afastam? Auto promoção? Superação? Busca do suicídio? Os autores citados nos dão a dica: propósito!

O propósito torna-se mais forte quando os laços de amizade e, principalmente, familiares, vão se construindo no desenvolvimento da narrativa. A completa solidão caracterizada pelo drama do herói dá lugar ao aconchego do filho, ao colo da esposa e isso gera um diferencial, um motivo mágico que vale o sacrifício, o enfrentamento e a luta pelo inusitado: se as chances forem de 1 em 1 milhão, vale lutar por essa única oportunidade, vale apena acreditar. O impulso está menos no poder do que se pode imaginar, pois interessa ao herói proteger a todos, mas em primeiro lugar aquele amor construído no trânsito do seu drama.
E como termina esse percurso do herói se ele parece caminhar diariamente entre a destruição e a renovação de forças? Nos parece que o drama inevitável da morte é o que o acompanha, como um curso inexorável dos acontecimentos, pois é parte do herói o auto sacrifício para um bem maior, como a paz, o amor, a amizade, a família.

Mas tudo isso é teoria literária (bem básica para o público leigo mesmo). O que me chamou a atenção é a humanidade que os heróis de Vingadores carregam e nos joga diante de nós, como uma realidade esquecida pela velocidade dos acontecimentos na narrativa e (por que não) na vida: herói somos todos nós! Cada um carrega um super herói, seu drama, seus sonhos, sua vontade de se lançar ao perigo e proteger quem ama. Herói é o homem simples, que envelheceu bravamente superando as dificuldades, lutando pelo emprego, criando seus filhos com dignidade e exemplos que serão o guia para as gerações futuras. Volto a dizer: a maior lição no último capítulo (se é que podemos chamar assim) de Vingadores, é a certeza não apenas dos nossos heróis que tanto significa, mas que nossos pequenos atos diários são carregados de heroísmo na mesma medida dos dramas gregos. Heróis somos todos nós!

Nazismo é de direita, esquerda ou centro?

Posicionar um pensamento sobre alguma orientação ideológica, apontando como algo de direita ou de esquerda é parte da herança da Revolução Francesa, cuja sociedade foi dividida entre os interesses dos burgueses (que sentavam à direita das reuniões) e os revolucionários que desejavam mudanças mais amplas na sociedade (localizados à esquerda nas reuniões)..
O partido socialista alemão cresceu durante a década de 1920 com propostas de reforma agrária e benefícios para os trabalhadores. Mas a vitória nas eleições, o grande apoio popular a Hitler e o investimento de empresários mudou o rumo do discurso: a perseguição do governo sobre a população que não era considerada cidadã, as prisões, os campos de concentração e a manipulação de milhares de trabalhadores com comícios apaixonantes contribuiu para que historiadores classificassem o partido como de extrema direita.
Partidários dos regimes de extrema direita praticam a violência com frequência em seus debates, menosprezam seus opositores, promovem no governo censuras e manipulam noticiários, favorecendo o lucro para um pequeno setor na esperança da economia obter melhoras e se recuperar, fazendo a população acreditar que o governo bom. Embora no socialismo praticado na antiga União Soviética atos contrários aos direitos humanos, prevaleceu por lá a importância da coletividade com base numa economia planificada, focada nos estudos de filósofos como Kalr Marx.
Podemos não concordar com os regimes socialistas e nazistas, mas inverter a e a natureza desses dois movimentos políticos e ideológicos nos leva para uma única verdade inquestionável: é necessário estudar mais história, sociologia política e filosofia antes de pegar um microfone e falar para a população, confundindo-a.

Professor em Greve

 

Queridos alunos e pais.
O antigo prefeito João Dória e o atual, Bruno Covas, vem usando um discurso pouco claro sobre a condição do servidor público da cidade, argumentando que altos salários e aposentadorias prejudicam a administração de São Paulo, sem verbas para setores importantes para a população. Como solução, com o apoio da Câmara de Vereadores, a administração vem reduzindo direitos do servidor, comparando-o com os trabalhadores da iniciativa privada.
Quero aqui fazer a minha comparação também: o servidor público não possui direitos como aqueles subordinados à Consolidação das Leis do Trabalho – CLT (5.452/43): não existe FGTS e não há nenhum direito quanto à rescisão contratual ou seguro desemprego, em caso de desligamento do trabalho.
A aposentadoria diferenciada serve, sim, para equacionar essa realidade, pois é uma vida inteira de trabalho prestado para a sociedade sem que o servidor possa igualmente usufruir destas regras gerais em regime de CLT.
A contribuição previdenciária do município era de 11% (mesmo valor do INSS) e, no recesso escolar, professores e demais servidores foram presenteados, passando a contribuir com 14%. Nossa previdência é diferenciada, mantida com recursos dos próprios servidores e, logo, não interfere nas regras ou benefícios para os demais trabalhadores que utilizam as regras do INSS.
Pela comparação desleal e pelo aumento injusto da contribuição previdenciária, além do discurso inconsistente da gestão sobre o servidor, estou em greve até que as lideranças sindicais decidam o contrário junto com a categoria de servidores.
O direito de greve foi adquirido através de décadas de lutas trabalhistas, vistas por muitos no passado como algo criminoso. Por meio da organização sindical e política os trabalhadores tiveram em várias partes do mundo o direito à negociação de seus ganhos e condições de trabalho organizados na forma da lei. Aqui no Brasil o direito de greve é garantido pela Constituição Federal (CF/88, art. 9°) e regulamentada pela Lei 7.783/89.
Os dias de trabalho com os alunos serão repostos observando a legislação no momento oportuno.

A história dos direitos humanos

Os direitos humanos são muito criticados, mas será que você já leu o texto da lei e pensou sobre o que ela representa historicamente?
Após os atos contra a humanidade causados por muitos países, independente do lado em que estavam na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as nações se organizaram para criar a ONU e, após, a criação da Declaração Universal dos Direitos do Homem, um documento que serve até hoje como parâmetro para que países de todo o mundo respeitem os direitos do ser humano como pessoa que merece respeito, liberdade, privacidade e tolerância em suas escolhas políticas e religiosas.

Ao criar essa declaração, o que sempre se esperou foi manter viva a memória em relação aos motivos da sua existência: a Declaração Universal dos Direitos Humanos existe como um farol, um alerta constante sobre até que ponto nós, humanos, podemos levar nosso preconceito, nossa intolerância para com o próximo e reduzir os direitos fundamentais de dignidade, vida, moral e justiça à parâmetros mínimos, para não dizer inexistentes.
Como resultado de décadas de programas sensacionalistas em nossas tvs, cresceu nas falas de brasileiros a crença que associa Direitos Humanos à defesa cega de criminosos. É absolutamente o contrário: o crime, só é crime porque retirou de outro algum direito fundamental e, por isso, deve ser punido.
O que os leitores atentos devem ter em relação ao texto da declaração é que devemos sempre nos ater aos crimes cometidos sobre as minorias, as desigualdades raciais, a intolerância religiosa, a subtração da propriedade sem justificativa plausível, entre outros.
Noutras palavras, invalidar essa declaração causa dois grandes erros da nossa parte: esquecemos o enorme derramamento de sangue que a história deixou com as duas grandes guerras e deixamos de lado 300 anos de lutas por justiça e igualdade de direitos fundamentais que nos dá dignidade como seres humanos.

A história dos super heróis

Tudo começou com dois jovens tímidos de Cleveland, nos Estados Unidos. De origem judaica, Jerry Siegel desde moleque era fã de ficção científica. Sua maior aspiração era se tornar escritor. No ensino médio, ele conheceu Joe Shuster, nascido no Canadá, mas criado em solo americano. Além da habilidade para desenhar, Joe tinha um interesse pelo fisiculturismo. A união das paixões de ambos, na hora certa, produziu uma revolução cultural que ecoa até hoje. Em algum ponto de 1935, a dupla foi responsável pela criação do Superman.

Dois eventos históricos singulares foram fundamen­tais para criar o pano de fundo que daria origem à indústria dos quadrinhos. O primeiro deles tem origem em 1920, quando o governo americano instituiu a Lei Seca – proibindo a fabricação, o transporte e a comercialização de qualquer bebida alcoólica nos Estados Unidos.

 

 

CHEGA O HOMEM DO AMANHÃ

Em 1938, quando a National Allied Publications foi lançar uma nova revista de quadrinhos, mais focada em ação, pediu a Jerry e Joe que propusessem uma história. A imagem icônica do gibi, que chegou ao mercado ao preço de 10 centavos de dólar, era algo nunca visto antes, mas extremamente familiar hoje: um homem muito forte ergue um carro com as próprias mãos, vestido com uma roupa colante azul, um S no peito e uma capa vermelha. Os traços eram de Joe Shuster. É o marco inicial da chamada Era de Ouro dos Quadrinhos.

Harry, contudo, não estava feliz. Ele viu a capa, achou o personagem ridículo e ordenou que o Superman não voltasse a figurar na publicação. Sua reação não foi muito diferente da que tiveram vários outros editores, quando receberam amostras do personagem. O material que figurou na Action Comics 1, inclusive, nada mais era que uma colagem de diversas tirinhas antigas, recortadas e coladas na maior cara de pau.

Apesar do trabalho meio desleixado, e da rejeição interna na editora, a revista foi um estouro de vendas. Pela primeira vez, o mundo foi tomado de assalto por um super-herói – e nunca a humanidade havia precisado tanto deles. A ameaça de guerra na Europa e a crise econômica nos Estados Unidos deixavam todo mundo à espera de um salvador. De certa forma, a mensagem messiânica por trás de um personagem aparentemente bobo como Superman era o que todos – sobretudo os jovens – queriam ter por perto.

Logo que vieram os superlativos números das bancas, surgiu o plano de fazer uma revista mensal inteira só com o Superman. Donenfeld, antes crítico, virou principal propagandeador do homem de azul, e Siegel e Shuster assinaram um contrato-padrão, que lhes dava 140 dólares em troca de todos os direitos sobre o personagem. Além disso, teriam por dez anos a exclusividade na produção das histórias do Superman – o que pareceu ótimo naquele momento.

A FEBRE DO SUPER

Não demorou para que Superman virasse também tirinha de jornal – produzida por Siegel e Shuster, lá é que surgiu toda a história pregressa do herói: Kal-El, enviado do planeta moribundo Krypton para viver entre os humanos, criado por um casal de fazendeiros do Kansas, que preserva sua identidade secreta como o repórter Clark Kent, mas na verdade usa seus poderes para “defender a verdade, a justiça e o modo de vida americano”.

Enquanto os gibis vendiam em quantidade astronômica (tiragens superiores a 1 milhão de cópias), outros editores se preparavam para capitalizar em cima da novidade. Um deles foi Charlie Gaines, que ajudou a produzir o gibi exclusivo do Superman. Ele pediu ao próprio Donenfeld uma grana emprestada para abrir sua própria editora de quadrinhos. Harry aceitou com a condição de que Jack Liebowitz fosse sócio no negócio – mantendo tudo “na família”, por assim dizer. Surgia a All-American Comics.

Claro, quem saiu na frente mais uma vez foi quem soube antes de todo mundo do sucesso do Superman. No fim de 1938, Vin Sullivan, empregado de Donenfeld na National Allied Publications, começou a encomendar a outros colaboradores histórias e personagens com a mesma pegada do Homem de Aço. “Vin conversou com várias pessoas, entre elas (o desenhista) Bob Kane”, conta Gerard Jones, pesquisador e ex-roteirista de quadrinhos que escreveu o livro Homens do Amanhã, sobre a origem da indústria dos heróis. “Era uma sexta-feira. Kane disse que voltaria na segunda-feira com um novo herói.”

Assim, em um fim de semana, nasceu o Batman. Kane o criou em parceria com o roteirista Bill Finger, embora o segundo jamais tenha sido oficialmente creditado e o próprio desenhista só tenha admitido a ajuda após a morte do colega. Kane, assim como quase todos na indústria dos heróis, estava mais para bandido que para mocinho. E então os Estados Unidos entraram na II Guerra Mundial.

Em tempos beligerantes, o cultivo do patriotismo é fundamental. Os super-heróis, com sua clássica, e quase infantil, visão do bem e do mal, serviram muito bem a esse propósito. Com a entrada dos Estados Unidos na guerra, após o bombardeio japonês a Pearl Harbor, no Havaí, em 7 de dezembro de 1941, Superman e seus seguidores passaram mais do que nunca a posar em frente à bandeira americana. Nasceu também, naquele mesmo ano, o mais patriota de todos os heróis: o Capitão América.

Enquanto isso, os heróis iam “para o alto e avante”. Superman virou um caríssimo desenho animado para cinema (e foi lá que ele aprendeu a voar – originalmente, o herói só saltava) e também um programa de rádio. O racionamento de papel, em razão da guerra, não afetava a indústria dos quadrinhos, que era vista pelo governo americano como uma importante peça de propaganda contra as forças do Eixo.

Quando a guerra acabou, o que sobrou foi um mundo a reconstruir. Os quadrinhos de heróis passaram a ser menos interessantes diante de um público mais maduro e calejado. Em contrapartida, crescia o movimento de críticos que atribuíam à violência em suas páginas a delinquência juvenil.

Fora do papel, contudo, a popularidade permanecia. Batman era adaptado para curta-metragens em série no cinema, e o programa de rádio do Superman ousava mexer com as entranhas do racismo americano ao ridicularizar a Ku Klux Klan. Em 1946, munidos por um ativista que se infiltrou no grupo, os produtores decidiram colocar o Homem de Aço contra uma organização que atacava minorias. “A história era chamada The Clan of the Fiery Cross. Era disfarçado, mas totalmente óbvio. Eles mostravam o clã atacando minorias, usando capuzes, fazendo coisas altamente realistas para um programa de rádio infantil”, diz Rick Bowers, autor do livro Superman Versus the Ku Klux Klan.

A história teve excelente audiência e ajudou a desmoralizar o grupo racista, reduzindo seu recrutamento. Segundo a revista Newsweek, foi “o primeiro programa infantil a desenvolver uma consciência social nos jovens”.

Contudo, no mundo das páginas impressas, as críticas não passaram. Pior: chegaram ao auge quando o psiquiatra alemão Fredric Wertham publicou o livro Seduction of the Innocent, em 1954, sugerindo que a maior parte dos casos de violência infantil era influenciada pelos quadrinhos. Em setembro daquele ano, como reação da indústria, surgiu a Comics Code Authority – uma forma de autocensura para eliminar os conteúdos mais violentos. De repente, os heróis não podiam nem dar um murro num bandido que já pegava mal.

ERA DE PRATA

Para dar nova vida aos heróis sob os novos códigos de conduta, seria preciso mais uma explosão criativa. Do lado da DC Comics, no fim dos anos 1950, haveria a reconstrução da mitologia de alguns de seus heróis, como Flash e Lanterna Verde (com mudanças em sua origem e até mesmo em sua identidade secreta), e a criação da Liga da Justiça. Mas desta vez a Marvel responderia à altura.

Stan Lee começou com o Quarteto Fantástico – criado a pedido de Goodman em 1961 para competir com a Liga da Justiça -, mas em rápida sucessão, até 1963, criou Hulk, Thor, Homem-Aranha, Homem-de-Ferro, os Vingadores e os X-Men. Eram heróis mais complexos, para um mundo menos ingênuo. Isso reacendeu a indústria e colocou pela primeira vez a Marvel em condições de competir com a DC.

Enquanto isso, os heróis invadiam com força total a então nascente televisão. Superman chegou com seu seriado em 1952, com uma transição quase natural dos programas de rádio. Pela primeira vez, um ator se identificaria com o papel: George Reeves. Ele interpretou o herói até 1958, mas teve um fim trágico. Suicidou-se no ano seguinte, chocando o mundo e encerrando a produção da série.

 

 

Na década de 1960, foi a vez de Batman tomar de assalto a TV, com uma série escrachada, divertida e surreal, protagonizada por Adam West, como Batman, e Burt Ward, como Robin. O programa durou três temporadas, entre 1966 e 1968. E na década seguinte, o Homem-Morcego voltaria à TV, mas na forma de desenho animado: em Superamigos, produzido em parceria com a Hanna-Barbera, ele e o Menino-Prodígio fariam parte de um grupo similar ao da Liga da Justiça, que reunia também Superman, Mulher-Maravilha e Aquaman, entre outros.

O fim da década de 1970 viu a Marvel começando a colocar as manguinhas de fora para arrebentar fora dos quadrinhos, com a série de TV do Hulk.

EXPLOSÃO CRIATIVA – A ERA DE OURO

Entre 1939 e 1941, houve um estouro de criatividade. Tudo motivava novas invenções, que imediatamente caíam no gosto da molecada. Ao ver um funcionário do metrô de Nova York sinalizar para o trem com uma lanterna verde, o desenhista Martin Nodell teve a inspiração para criar o Lanterna Verde, publicado pela All-American Comics. O Flash apareceu naquela época também. E a Mulher-Maravilha foi criada por um psiquiatra que apostava que os quadrinhos deviam ser levados a sério.

Fonte: https://super.abril.com.br/comportamento/como-os-super-herois-nasceram/

Mulher maravilha, o cinema e a história

 

O filme Mulher Maravilha (2017) é um claro registro da nossa contemporaneidade, onde buscamos seres ou entidades sobrenaturais dispostas a resolverem as desavenças humanas que beiram a nossa existência à extinção.
Paralelamente, a personagem principal é também o registro de uma mulher que luta pelo respeito às suas escolhas, ainda que isso possa distancia-la da sua família ou causar algum tipo de mágoa entre os seus pares.
A narrativa se passa durante o conflito da Grande Guerra (1914-1918), o que por si lança sobre o público um debate interessante sobre a questão do gênero: inúmeras mulheres deixadas à margem de debates políticos e decisões fundamentais para o mundo e, paralelamente, fica a realidade entregue aos gostos do sexo masculino (cujos prazeres e ideologias empurram a humanidade para todo tipo de sofrimento).


O transito da heroína pelas trincheiras vivenciando o sofrimento de mulheres, homens e crianças sofrendo de fome, frio e doenças é um momento crucial: ela pode fazer a diferença e combater esse sofrimento e, como uma mãe censurando seus filhos, ela derruba um a um, denunciando como o ser humano é infantil nos seus conflitos, onde semelhantes se matam por um governo, uma pessoa ou “um deus”.
O filme nos ajuda a levantar alguns debates necessários:
Quais são os nossos objetivos na luta diária pela sobrevivência?
Será que não desejamos mesmo a auto destruição com nossa fome por morte, vingança e submissão do outro?
Que espaço decisório deixamos para as mulheres no mundo? No nosso cotidiano damos o devido respeito às mulheres, seus anseios e sonhos?

Por fim, fica a dica do filme para levantar o debate de gênero e como por meio de uma fotografia a história pode surgir na nossa memória de forma viva e surpreendente.

Liberdade de cátedra, pensamento científico e constituição. 

Não gosto de compartilhar textos diretos, mas as ideias do autor (professor de história) me representam diante da ameaça de políticos que estão utilizando de falsas prerrogativas para investigar as concepções teóricas das aulas de história. As reflexões sobre os aspectos legais e teóricos com base nacional pluralidade de ideias são pertinentes e valem a sua leitura!

http://www.revistaforum.com.br/2017/04/04/e-se-o-fernando-holiday-bater-na-porta-da-sala-de-aula/

A Grande Muralha Chinesa

A história da construção da grande muralha na China possui números incríveis: foram 1500 anos com vários imperadores construindo, utilizando mais de 400 mil trabalhadores livres ou escravos.

Esse muro é uma das grandes construções já feitas pelo ser humano, podendo ser visto até mesmo do espaço. Tinha como objetivo proteger o império chinês de povos de outras regiões.

Recentemente, foi lançado um filme contando um pouco do folclore da região em relação à muralha da China. Embora não seja um filme com informações históricas, vale assistir pelas informações culturais observadas no comportamento e no imaginário (conjunto de pensamentos e crenças de uma região).

A Grande Muralha – Trailer